Um prédio quase secular construído em 1930, abriga o apartamento de 140 metros quadrados no Bairro Eixample em Barcelona, cenário para o primeiro projeto do Coletivo de Arquitetos no continente europeu.
O edifício é parte de um conjunto de quarteirões conhecidos como “islas” e foram idealizadas pelo Plano Cerdà, resultantes do projeto de expansão da cidade elaborado por Ildefons Cerdà em 1859. Essas quadras têm formato característico octogonal projetadas para otimizar a ventilação, iluminação natural e circulação dos habitantes do bairro. Cada ilha tem chanfros (esquinas cortadas) que melhoram a visibilidade e facilitam o tráfego, incluindo a movimentação de veículos e pedestres.
Mais do que uma completa modernização de toda a infraestrutura do apartamento que havia sido reformado na década de 80, o projeto buscou se adaptar aos desejos de uma família que pretendia fazer da casa um espaço para receber amigos e familiares.
Obedecendo a lógica de maior exposição à luz natural no ambiente de grande permanência, o salão principal com mesa de jantar e ambiente para televisão tem luz abundante e se conecta visualmente ao ambiente urbano da cidade e às copas das árvores plátanos tão comuns na cidade, através de generosos ventanas de vidros acusticamente tratados.
Da frente para o fundo do apartamento a cozinha e um antigo lavabo transformado em uma pequena lavanderia encerram o programa “social” do apartamento onde começa a distribuição dos quartos. Essa transição também está marcada pela diferenciação no piso, que para esta “zona de dia” (área social) recebeu o piso de ladrilho hidráulico em referência à tradição local.
A sequência de quartos e suítes mantiveram o piso de madeira anteriormente instalado e receberam nova marcenaria, caixilhos e iluminação além de um sistema central de ar condicionado que controla a temperatura do apartamento todo.
Com vistas para o pátio central do quarteirão a suíte principal ocupa o espaço onde os antigos moradores tinham uma biblioteca e escritório.
