Projeto

Midiateca Santo André

Projeto de retrofit realizado em edifício modernista construído na década de 1970 na cidade de Santo André, estado de São Paulo

Esse projeto foi desenvolvido em parceria com a equipe técnica do escritório Pires, Giovanetti e Guardia Engenharia e Arquitetura.

O edifício é um bem de interesse cultural, sem tombamentos em nível municipal, estadual ou federal. Em função disso, foi desenvolvido um projeto que respeita as características formais, construtivas e o perímetro dos seus fechamentos externos, mas que propõe significativas alterações nas suas divisões internas, dinâmicas de acessos e circulação.

Na sua condição original, o acesso ao edifício era permitido apenas pelos seus fundos, de uma maneira que o pavimento térreo se apresentava completamente fechado ao passeio público e à Avenida Industrial. No projeto desenvolvido, há a proposição de um arruamento interno para circulação de pedestres delimitado por volumes que absorvem os programas funcionais da Midiateca, conferindo um senso de urbanidade à arquitetura. Assim, é prevista uma circulação contínua a partir do espaço público da rua que pode naturalmente fluir para o interior da edificação sem barreiras, inclusive se estendendo para o pavimento superior, desenhado seguindo mesma estratégia.

Os volumes programáticos, em sua grande parte delimitadas por leves planos de vidro, recebem, no pavimento térreo, uma galeria de exposições, o foyer do auditório já existente e um módulo técnico com banheiros, bilheteria, depósito e café. No pavimento superior, além da área administrativa podemos encontrar a midiateca propriamente dita além dos espaços destinados à pesquisa e cursos livres. O arruamento interno pode ainda ser encarado como um grande recinto de usos imprevistos, capaz de promover encontros, pequenos eventos, exposições e apresentações culturais.

A cobertura, além de receber os equipamentos de ar condicionado e caixas d’água, ganhou um uso de estar e contemplação da paisagem, como uma praça no topo do edifício que pode receber eventos culturais ou exposições a céu aberto. O piso desse pavimento é projetado como um grande tablado elevado que protege a impermeabilização da laje e cria um espaço técnico para passagem de cabeamentos, dutos técnicos e ar condicionado. Essa solução se mostrou adequada em função do baixo pé direito do pavimento da administração e midiateca e por viabilizar manutenções que não perturbam o funcionamento cotidiano da edificação.

A área externa da edificação foi desenhada como um pocket park, uma área do lote cedida ao espaço da cidade que conta com jardins e uma praceta seca destinada a eventos culturais. Junto ao córrego que delimita um dos limites desse lote, há a previsão de uma passarela que promoverá uma conexão entre uma ciclovia em projeto na prefeitura municipal de Santo André e um parque municipal do lado oposto da Avenida Municipal.

Por se encontrar em uma região passível de alagamentos na temporada de chuvas, foi desenhada uma barreira elevada que circunda todo o do edifício, evitando a inundação do pavimento térreo. Essa barreira é absorvida pelos jardins, taludes, escadarias e rampas, diluindo sua presença na paisagem.

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