Projeto

Casa Aracaju

Menção Honrosa no 7° Prêmio Jovens Arquitetos.

Projetada para um jovem solteiro, essa casa ocupa um lote de 30 metros de frente por 75 metros de lado na cidade de Aracaju, Sergipe.

A região onde esse lote está situado é de pequena densidade, de uso predominantemente residencial e distante do centro. O loteamento do qual o terreno faz parte é delimitado a leste pelo Atlântico e a oeste pela rodovia que faz ligação com Salvador, Bahia, atual vetor de expansão da cidade.

A inserção da casa no terreno é dada pelo cruzamento de dois eixos perpendiculares entre si. O eixo leste/oeste configura uma grande plataforma que reúne os espaços de caráter social da habitação. Essa plataforma quase encosta nos alinhamentos laterais, determinando dois espaços distintos no terreno: um junto ao alinhamento da Avenida Dr. Walter Bastos, por onde se dá o acesso de pedestres e veículos e outro junto ao alinhamento da rua cinco, nos fundos do lote. O primeiro espaço funciona como um amplo pátio de acolhimento de quem chega da rua. O segundo, de caráter mais privado, é um extenso quintal que remete aos antigos quintais das casas coloniais brasileiras: um espaço de atividades ao sol, com um pomar de frutas tropicais.

O eixo norte/sul corresponde ao corpo principal da habitação. Esse corpo é delimitado por duas empenas paralelas, marcando com força os limites desse segundo eixo. As duas empenas ainda cumprem um importante papel na construção. Ambas são equipadas com “bandejas técnicas” para receberem equipamentos de ar condicionado e caixas d’água.

O cruzamento da plataforma social com o corpo da casa determina um zoneamento natural na habitação: de um lado dessa intersecção encontramos a ala íntima e de outro a área de serviços. A área de serviços ainda é apoiada por um anexo que recebe lavanderia e dependências de empregado.

Os acessos ao corpo principal da habitação são guardados, em ambos os lados, por varandas, criando um intervalo entre o espaço exterior e interior, um filtro, característica que remete novamente à casa tradicional brasileira.

A casa é estruturada de forma bastante simples e econômica: além das paredes de alvenaria, dezessete peças de madeira (treze pilares e 5 pontaletes apoiados em alvenaria de pedra) suportam o peso da construção. Para que o vão da sala seja vencido (o maior da casa, com cinco metros), é previsto uma viga-vagão biapoiada que também vence os balanços das varandas nesse trecho da casa.

A implantação da casa busca o melhor aproveitamento da ventilação cruzada, voltando o maior número possível de ambientes para a face leste. Grande cuidado houve na proteção contra a excessiva insolação característica da região. Tanto a face leste como a oeste são resguardadas por brises de caibros de madeira. O brise na varanda em frente aos dormitórios correm sobre trilhos permitindo, quando desejado, uma insolação direta, importante para a higienização desses ambientes.

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